Wednesday, February 6, 2019

Você acha que é dono absoluto das suas decisões na vida e nos investimentos?


Boa noite, superavitários colegas. Estou a algum tempo lendo sobre o materialismo histórico de Karl Marx no livro do Clóvis de Barros Filho entitulado “Devaneios sobre a atualidade do Capital”. Ainda não terminei a leitura, mas ela já me proporcionou diversos questionamentos a respeito da vida, da economia, da sociedade, da religião e de como nós enxergamos e de como as coisas realmente são.

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Clóvis, como sempre usa sua linguagem simples, repleta de exemplos do cotidiano para entrar em questões filosóficas que estão em uma liguagem mais rebuscada nos originais.


Uma das questões centrais consiste em discutir se o nosso pensamento é livre ou se é condicionado pelas experiências que tivemos durante nossa vida e até mesmo por acontecimentos antes dela. O próprio Warren Bufett já disse que teve sorte em nascer nos Estados Unidos, ter a família e a educação que teve. Será que se ele tivesse nascido na República Democrática do Congo ele teria a mesma vida?

Então, começamos a pensar se as escolhas que fazemos são realmente nossas. Será que as experiências que temos e a forma como nossa mente interage com o mundo e as pessoas não são ditadoras das nossas escolhas? Os materialistas históricos responderiam: “sim, completamente!”.

Até que ponto nosso pensamento e consequentemente nossas escolhas são livres? Será que a própria história da civilização não influencia o modo como pensamos? É comum em vários livros que lemos ou vídeos que assistimos os autores justificarem alguma característica física ou algum comportamento contemporâneo com a história da humanidade.

Aí comecei a pensar, o nosso comportamental é muito importante não só para o sucesso dos nossos investimentos, mas também para termos uma melhor qualidade de vida. Se nosso pensamento, escolhas e consequentemente comportamento é influenciado pela história, por que eu conheço tão pouco de história? Sempre tive vontade de estudar história de uma forma diferente, com olhos diferentes dos que eu o fiz quando estava querendo passar no vestibular, surgiu a oportunidade.

Comecei a estudar, em paralelo às trocentas atividades que eu já tenho. Inicialmente vou pelos materiais que encontro na internet, textos em blogs confiáveis e vídeo-aulas de canais confiáveis do youtube. Sempre procurando entender a nossa trajetória até aqui como humanos e quanto isso influenciou na nossa vida cotidiana.

Ao começar o estudo já tive as primeiras sensações de que o materialismo histórico tem grande e fundamental papel realmente, pois observei que a história é contada de forma bastante parcial. Apesar da humanidade ter origem no continente Africano e depois migrar para Europa, Ásia e América, ela é escrita e contada pelos olhos dos Europeus e Asiáticos. 

A própria divisão da história para fins didáticos ocorre por eventos que ocorreram na Europa e Ásia. Veja na tabela abaixo como a história é dividida:

Idade
Ano
Marco
Pré-História
3,3 milhões de anos até 4.000 a.C.
Antes da escrita e pouca organização
Idade Antiga
4000 a.C. - 476 a.C.
Início da Escrita
Idade Média
476 a.C. - 1453
Queda do Império Romano do ocidente
Idade Moderna
1453 - 1789
Queda de Constantinopla
Idade Contemporânea
1789 - Hoje
Revolução Francesa
Elaborado pelo Sequoia

Tem duas frases interessantes atribuídas ao escritor Gerge Orwell, “a história é escrita pelos vencedores” e “quem controla o passado tem o controle do futuro e quem controla o presente tem o controle do passado”, em tradução livre.

Gerge Orwell (1903-1950). Indiano com nome verdadeiro de
Eric Arthur Blair
De certa forma, a história é um processo contínuo, estamos vivendo ela. Mas a questão que se coloca é será que estamos sendo agentes ativos ou passivos nesse processo? Para entender melhor as nossas necessidades reais para uma vida feliz e o que foi criado pela “história” que nos influenciou, antes precisamos conhecer melhor a própria história. Vou continuar os meus estudos, no meu tempo, mastigando, deglutindo, digerindo e quando tiver alguma evolução (para melhor ou pior) tento compartilhar com vocês aqui no blog.

Quais são as suas percepções a respeito do tema? Você acha que está com posição em ITUB3 ou outra ação qualquer ou está pensando em comprar uma casa ou em se casar por que só há essa opção no seu pensamento, devido a tudo aquilo que você viveu e de tudo aquilo que aconteceu antes mesmo de você estar nesse mundo? Ou acha que isso é viagem?

Abraço a todos.

14 comments:

  1. Olá, Sequoia.
    "Isso é viagem?" Respondendo a sua pergunta: Não, colega, isso é apenas o início da sua jornada para além do que acreditamos ser óbvio e dado como certo na realidade.
    Um abraço!

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    1. Soul, inclusive ao escrever o post me recordei muito dos seus textos. Obrigado por contribuir tanto conosco compartilhando seus ensinamentos e experiências.

      Abraço

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  2. Olá Sequoia,

    Bela reflexão! Interessante essa questão da história ser contada por europeus e asiáticos. Realmente não achei material oriundo de outro lugar.

    Nos últimos meses também estava estudando história. Comecei para saber mais de alguns países que visitei no velho mundo. E o interessante que uma história vai puxando a outra que quando você vê já está lendo sobre o Brasil rsrs

    Quero ver se volto a estudar a vitória europeia sobre os muçulmanos, guerra essa que segundo alguns, fez com que Portugal ascende-se.

    Abraço!

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    1. Inv. Inglês, não consigo parar de devorar conteúdo sobre o tema. O problema é que meu tempo é bastante limitado. Vamos ver até onde chegaremos.

      Abraço

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  3. Isso é natural, somos constantemente influenciados pelo meio, decisões simples como nosso corte de cabelo, barba, roupa, tudo é fruto de influência. É só comparar países com culturas muito diferentes, as pessoas se vestem diferente, cortam o cabelo diferente, etc.

    E isso se extrapola para os mais diferentes segmentos da vida e do pensamento.

    No entanto, vejo isso como algo natural. Somos seres sociais e é natural que o meio em que vivemos exerça influência sobre nossas atitudes. Não dá pra se tornar um bicho antissocial em busca da nossa "verdadeira essência".

    Porém acredito que ter esse tipo de reflexão pode nos levar a buscar caminhos com os quais nós verdadeiramente nos identificamos ao invés de apenas deixar a "vida nos levar".

    Abraço!

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    1. Senhor Ministro, perfeita a sua colocação. Inclusive a minha sede por conhecimento e a minha energia surge desta sensação de querer mais, de não deixar a vida me levar. Acredito que se conseguissemos de alguma forma fazer com que nossa sociedade tivesse de forma coletiva essa vontade, conseguiríamos alterar completamente sua estrutura, funcionamento e entendimento da vida.

      Abraço

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  4. Acho uma viagem sim, uma fascinante viagem que só vai agregar valor e conhecimento, que vão resultar em evolução pessoal e financeira, claro.
    Acredito que somos sim frutos do meio com enorme influência genética, mas dentro de nós, existe uma espécie de "livre arbítrio" que nos permite aprender e refazer nosso caminho!
    Acho que viajei tb!!! Kkkk
    Abraço!

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    1. Pio, a própria questão genética foi afetada pela nossa "evolução". Mas concordo com você que não somos somente o que o meio nos proporciona, somos uma mistura muito mais complexa do que isso.

      Abraço

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  5. Segundo Marx, "os homens fazem a sua própria história, mas não a fazem segundo a sua livre vontade; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado". (18 Brumário de Louis Bonaparte). Inexiste determinismo absoluto tampouco liberdade plena.

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    1. Idiota, meu pensamento converge neste sentido. Pesa a mão da história, da forma como ela é contada. Porém, temos um pedaço de idealismo também.

      Abraço

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  6. Interessante o questionamento. Acredito que casualidade é o oposto de aleatoriedade. Machado de Assis já dizia: o acaso pode ser tanto um Deus como um diabo.

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    1. IP, a percepção de realidade é diferente para cada ser. É difícil entender a complexidade existente neste fato. Então, devemos buscar melhorias no nosso pensamento, talvez através de experiências, para que possamos responder melhor as eventualidades da vida.

      Abraço

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  7. Sequoia Investments,

    Boa reflexão. Não conheço esse livro, mas acho as palestras do professor Clóvis espetaculares.

    "O próprio Warren Bufett já disse que teve sorte em nascer nos Estados Unidos, ter a família e a educação que teve. Será que se ele tivesse nascido na República Democrática do Congo ele teria a mesma vida?"
    Acredito que não. Assim como eu, você e todos nós. Apesar da personalidade e tendência mais pessimista ou otimista de cada um, o meio influencia - e muito - nossas decisões.

    Para mim a questão é: até que ponto as decisões que tomamos por influência do meio estão nos aproximando ou nos distanciando de nossos objetivos? Essa percepção deveria ser muito clara, para assim não entrarmos em círculos viciosos de consumo e/ou hábitos nocivos.

    Controlamos uma pequena parte de nossa própria vida, mas que a parte que está habilitada à nós poderia ser feita com mais consciência.

    Boa semana,
    Simplicidade e Harmonia

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    1. Simplicidade, isso que você escreveu deveria ser ensinado na escola, em casa e em todos os ambientes onde existesse a oportunidade. O que importa na vida? O que realmente é real para cada um de nós?

      Valeu!

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